quarta-feira, 4 de novembro de 2009

" Carta...é mesmo uma Terapia !"

" Carta...é mesmo uma Terapia !"
" Escrever a carta ontem, só pra desabafar, foi uma terapia! Coisas se acumulam e  fazem a gente pensar ou agir como não é hábito. Disse o que me doía, sem medo de brigas, de ser criticada por ser humana, imperfeita e ter limites. Reler o desabafo me fez ver que, embora  meu nível de tolerância seja alto, quando chega no meu limite,sou igual a todo ser humano inseguro, que quer ser amado, reconhecido e, quando é frustrado repetidamente nesta  necessidade, acaba perdendo as estribeiras mais cedo ou mais tarde. Mãe não precisa ser perfeita!"
" Por isto, escrever só pra desabafar é bom! Imagine dizer tudo o que a gente sente, na hora e a cada vez que sente, para as pessoas com as quais quer conviver! Seria impossível e injusto! Na maior parte das vezes, tento primeiro trabalhar comigo mesma a emoção que a atitude do outro me cause, antes de dizer "francamente" o que penso. Se faço isto, é pelo desejo honesto de não causar mal( se um bem não puder fazer) e acima de tudo, porque sei que somos todos imperfeitos e, nem sempre conseguimos realizar nossa intenção de viver bem."
" Uma vez alguém me disse : - quando a gente está magoada, mesmo que tente disfarçar, se o outro percebe, porque nossa voz ou rosto nos traem e mostram, por um momento, uma emoção que o outro não reconhece o que é, então, podemos passar por cínicos e tudo que tentemos fazer de bom, não dará fruto- a pessoa não confiará na gente!"
" Pensei sobre isto! Imaginem se, por um pretenso desejo de ser "verdadeira e franca", eu tivesse dito tudo que sentia pra minha nora e filho ( como aliás já ouvi dela, por 2 vezes, e achei que lhe faltou tolerância). Com certeza, vocês diriam que não teria acumulado tanto, mas, por Deus, com os pequenos gestos causados pela displiscência de cuidados dos 2 jovens, eu teria sido então, mais chata do que já tive que ser, quando precisei falar sôbre coisas óbvias. Quando a pessoa percebe que a gente não está muito bem e não sabe o motivo, ao invés de exigir que sejamos  transparentes em nossos sentimentos, talvez devesse escolher entre uma pergunta sincera e interessada como: " Tá tudo bem?" e, então sim, "ficar na dela", se for o caso. Pois, as vezes, o que a gente percebe na expressão de alguém, pode não ter nada a ver conosco. Mesmo que tenha, o outro tem o direito de falar disto quando estiver pronto, ou se realmente a gente for o tipo de pessoa que perguntou o que o outro tinha e se importa com sua resposta! "
" Corro o risco de parecer cínica, por não demonstrar sempre meus sentimentos.Ora, sou muito crédula e, portanto, sensível. Posso evitar demonstrar tudo o que sinto para me proteger, algumas vezes, ou por saber que meu coração me fará pensar diferentemente, amanhã? ou por querer me dar um tempo, pra refletir e trabalhar o possível desta emoção, comigo mesma? ou por algumas vezes, saber de antemão que, ao tentar iniciar uma conversa franca,só atrairia agressividade, pois o outro não quer de verdade nossa franqueza ? Ora, todas as pessoas que tentam trabalhar suas emoções antes de vomitá-las, serão cínicas? Ou cínico é aquele que nos leva ao limite, com o intuito de provocar um desabafo "honesto"?!? ou ainda não dá ao outro o direito de reagir, como é possível, para ele? Ou é aquele que não acredita em ninguém e quer convencer o outro a pensar como ele, e então o pressiona quer ele reaja, quer não?" Cresci com um homem que dizia: "VIVA E DEIXE VIVER! "
" Cinismo, pra mim, seria "fingir" para levar vantagem, com o intuito de prejudicar o outro."
" Nem eu, nem minha nora estamos sendo cínicas. Ela exerceu seu direito, fez a escolha dela e a deixou bem clara pra mim. E eu tenho que trabalhar com o que isto me causou, sem prejudicá-la, mas  respeitando meus próprios limites. SERIA MUITO MAIS FÁCIL, pra todos nós, dizermos irresponsavelmente tudo o que sentimos a cada momento e agirmos desta forma também.Relevar, é mais difícil."
" Mas confesso que tenho culpa, porque exagero. Sou assim, tento melhorar no que posso, mas isto é uma convicção = refletir, antes de falar; dar ao outro, tempo para agir."
" Pra arrematar, me lembrei de outro dia quando fui franca, e falei de algo que não queria que ocorresse novamente, porque acabou por quebrar minha máquina de lavar. Adiantou ? Não. Gerou uma baita discussão e meu filho me disse que bastava eu ter falado antes! Mas eu já havia pedido, e explicado as razões, por 3 vezes!! Portanto, não é simples assim.
Acho que, as vezes, seria preciso não levar muito à sério mesmo, o que eles dizem ! Minha nora é jovem e não é necessário que ela mude seu jeito de ser. Apenas que possa ir amadurecendo independentemente de mim, na casa onde será livre, para fazer as coisas como escolher.Uma presença muda, dói mais do que uma ausência. E nós duas precisamos ter nossas próprias vidas de volta!"
" Compreendo que a intenção de meu filho, não foi má ,quando tentou "forçar um pouquinho' o que não ocorreu espontâneamente. Mas sabe a que conclusão chego, disto tudo? Se um filho( ou nora) ou ambos agem como adolescentes, querer levá-los à sério e com igualdade, causa muito stress. Pena que não tenho jeito pra sair  dando ordens e rindo, não me importando de ser chamada de chata, não é? Quando eu aprender, meus problemas serão resolvidos!  Mas até lá, gostaria de poder voltar a morar apenas com meu marido, e quando receber alguém, que seja porque veio para estar conosco! ( a não ser que eu vá morar com ela! brincadeira! aí estou sendo cínica, desculpem!)"
" Uma coisa é certa, esta carta pra desabafar me ajudou muito!"

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